Autocritica ou Morte.


Desde um ponto qualquer do Universo da biodiversidade racional e instintiva, me esforço na compreensão para poder entender. Consciente das limitações, impostas pelos conhecimentos adquiridos e a percepção dos mesmos, com suas influências inevitáveis, vou ficando no cara a cara com minhas memórias, as quais provocam uma revisão autocritica da consciência e a relatividade dos resultados no futuro imediato, manancial permanente de novas informações e experiências afetivas em todos seus aspectos emocionais. Portanto me atrevo como sempre, a deixar minhas opiniões e agrega-me de forma contumaz ao campo das contradições da prática nos mesmos parâmetros.
Deste pensamento brotam-me rios de preguntas. Quais são as ações reais no campo prático da luta de classe? Em menos de 200 anos de história da humanidade Capitalista, os graus de conhecimentos e práticas da opressão tem evoluído com tal sofisticação que na comparação dos cenários e as opções da atualidade nos obriga a revisar a posição do seguimento teórico-prático entre o possível e o que manifestamos na paixão do que expressamos.
Todos os habitantes das sociedades "civilizadas" alimentamos no dia-a-dia a hidra do capitalismo,
muitas vezes  no inevitável, mas na maioria, pela falta de consciência crítica. 
Só pequenos exemplos do possível chamado alternativos se esforçam em marcar outros rumos, mas com o passar do tempo são absorvidos pelo mercado do sistema.
Qual é o grau de dependência inevitável, e aí me refiro ao integral, em nossas vidas?
De forma comprovada fomos forçados a nos adaptar, perdendo a capacidade de resistir. Ficamos com o livro e sem a ação, diante das transformações do sistema e no passo a passo das gerações, nos distanciando do eixo histórico das referências.
Ficamos dentro gaiola da tal evolução, sem respostas a serem compreendidas pela sociedade, inconsciente dos acontecimentos e refém da alienação imposta. Equação complexa que consegue nos colocar na cadeira do público crítico iluminado, tentando demonstrar que estamos por fora e por cima dessas realidades, quando na verdade, estamos nos fantasiando e colaborando ativamente.
A construção desses falsos paradigmas sustentados pelos conhecimentos adquiridos não passam, lamentavelmente, de discursos teóricos, ocos e distanciados do que é, para os debaixo, o mundo real.
 Para que serve o conhecimento? Evidentemente, ele provém da educação e geralmente dos níveis superiores da institucionalidade acadêmica, que também foi perdendo sua capacidade crítica ao ir se constituindo em um poder manipulador das massas exploradas, aplicado, na maioria das vezes, como ferramenta de benefício político, econômico e cúmplice do sistema.
Situação esta que me faz recordar, por sua semelhança, aos representantes do trono de São Pedro, o qual o discurso não combina com suas práticas e seus interesses.
Teríamos que revisar se não estamos caindo no universo do idealismo com discurso materialista, adorando, declamando nossas referências e consumindo tudo o que criticamos.
Essa posição aponta à autocrítica, sempre respeitando e apoiando as experiências contemporâneas, com a esperança de reverter esse quadro e retomar a história do que sentimos e pelo qual lutamos.
De nenhuma maneira pretendo me colocar por cima do bem e do mal, mas é urgente a reafirmação das minhas convicções no cenário atual.
Dessas experiências contemporâneas, resumo de longas e sofridas histórias, resgato delas o possível para nossas realidades, que encontram-se muito distantes dos componentes étnicos originários da Ameríndia, que resiste com profunda identidade cultural.
Histórica luta inclaudicável de resistência por seus direitos, os quais sempre foram respeitados e interpretados pelos ideais de Artigas, do Che, Sendic e tantxs outrxs rumo a traída Pátria Grande.


                                                  "Nada podemos esperar senão de nós mesmos"

                                                                   José Gervacio Artigas












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