2018 , uma expressão do 2017 que não acabou !


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A resistência Secular e Histórica Negra /Quilombola estará ameaçada , agora dia 08/02 no Supremo Tribunal Federal em Brasília quando estará em pauta o Julgamento da ADI(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE) 3239/2004 , ajuizada em 2004, pelo antigo PFL(Partido da Frente Liberal) hoje DEM (DEMOCRATAS). Recentemente estivemos mobilizados(as) em Brasília , em 16/08 , e depois dia 18/10 e no dia 09/11 quando estaria havendo sessão de Julgamento, tendo as mesmas sido retiradas de pauta em decorrência de sucessivos pedidos de vistas. A data , agora está marcada, a hipótese de uma decisão favorável a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3239/2004 é devastadora para todas as Comunidades Quilombolas, que resistem subterraneamente há séculos contra o Racismo/ Colonialismo. Se enganam aqueles que observam tal situação como uma questão específica do Povo Negro pois em jogo está a consolidação , ou não, de um Projeto de Nação Colonial/Racista que convive , tranquilamente, com um Genocídio recorrente e em curso no qual o "Desenvolvimento" é sinônimo de um massacre recorrente dos Povos não Brancos do País.




2018 , uma expressão do 2017 que não acabou !
"...Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo Se Palmares não vive mais Faremos Palmares de novo..."
QUILOMBOS (JOSÉ CARLOS LIMEIRA)
Para as Comunidades Quilombolas a marca de 2017 foi um aprofundamento dos ataques e , praticamente, a paralisação quase que total dos processos de demarcação e titulação dos Territórios.
Atravessamos o ano de 2017 com a colocação em pauta no STF por três vezes da ADI 3239, culminando com o voto do Ministro Dias Toffoli , no dia 09 de novembro , onde o mesmo acolhe a famigerada e colonial tese do Marco Temporal , que junto com os votos anteriores do Ministro Peluzzo (aposentado) e da Ministra Rosa Weber apontam um cenário extremamente preocupante na Suprema Corte do Brasil no que se refere a segurança Jurídica dos territórios e a nossa luta que remonta 517 anos de resistência.
Os impactos da Crise Internacional , a volúpia Imperialista pelo controle de recursos estratégicos e o fracasso da política de conciliação de classes Neo Desenvolvimentista e de associação com as oligarquia locais ruiu em abril de 2016 e , desproporcionalmente, impacta principalmente a maioria negra, indígena e periférica.
Boa parte do movimento social e social negro , ao rifar sua autonomia e se integrar a um projeto político que no máximo permitia uma integração subalterna ao sistema, como os mega projetos e mega eventos como MATOPIBA , Belo Monte , Copa do Mundo , Olimpíadas e a hipócrita visão de que antes de 2016 vivíamos a plena Democracia, num cinismo raso em que poucos e poucas empoderados se locupletavam com migalhas do porão da Casa Grande enquanto a realidade da matança corria solta nas quebradas , aldeias , quilombos, cadeias e favelas está à cobrar um preço muito alto, a saber a vida das futuras gerações e o sangue derramado por nossos ancestrais.
Tal política chocou o ovo da serpente, as mordaças dos pitbulls reacionários , racistas foram retiradas e a contenção preventiva e a utilização dos territórios étnicos como moeda de troca para garantir a governabilidade daquele projeto Neo Desenvolvimentista , onde o CNA era tão base do Governo como o próprio MST, a ausência de autocrítica prática , a miopia política que desconsidera os impactos de 350 anos de escravidão legalizada e 129 anos de racismo como fatores objetivos e estruturantes de todas as relações societárias em países como o nosso é um dos fatores centrais do quadro em que de conjunto nos encontramos hoje.
O avanço desses ataques , a serviço do aprofundamento de medidas que já existiam em embrião antes, como a Reforma Trabalhista, a PEC do teto de gastos, a entrega descarada de recursos estratégicos a serviço dos grandes setores de comódites (agronegócio, mineradoras, especulação imobiliária) e recursos naturais , Biodiversidade, Água, Minerais etc colocam na alça de mira os Povos e Comunidades Tradicionais , entre eles Quilombolas e Indígenas, por ,objetivamente, representarem uma linha fundamental de resistência e uma perspectiva concreta para um outro Projeto de Nação. É nesse marco tb que se aprofundam todas as expressões do Racismo com a perseguições aos referenciais de Matriz Africana , o recrudescimento do Racismo Religioso, a violência de Estado nas periferias, o super encarceramento , o Genocídio .
O efeito cascata dessas políticas conglobadas , se expressam em nível nacional, mas , tem expressões nos Estados e Municípios , com a devastação desavergonhada dos equipamentos públicos , já precarizados , envolvendo a saúde, educação , saneamento , previdência social etc, equipamentos esses essenciais para a maioria negra , indígena e periférica.
Superar as limitações será o grande desafio que vai muito al
ém dos trilhos limitados do processo eleitoral , ou de uma “democracia” seletiva , nunca experimentada de fato pela maioria.
Uma batalha essencial para a Democracia Plena estará sendo travada em fevereiro de 2018, mais especificamente , no dia 8 de fevereiro , quando estará sendo pautado o Julgamento da ADI 3239/2004, para nós o longo 2017 estará sendo concluído aí, portanto, é uma tarefa fundamental nos preparar superando a fragmentação imposta pelo Sistema.Paz , cuidado e respeito entre nós e Guerra aos Senhores !
CONTRA O RACISMO O COLONIALISMO E O GENOCÍDIO - REPARAÇÕES JÁ

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