Século XXI Brasil e um pressente de novos desafios.


                            Século XXI  Brasil e um pressente de novos desafios.
                                                             (parte um)
                                                    

Falar de consciência de classe dentro dos acontecimentos atuais neste período convulsivo
da modernidade do século XXI ficaria desconexo da compreensão das novas gerações. Partindo sempre
do racional das notáveis diferenças que nos separam. A nova percepção de mundo desde o universo
das microterritorialidades urbanas periféricas, derivadas  majoritariamente das migrações internas,
com memórias desvanecidas de suas origens étnicos e culturais,  sobrevoaram um século por cima
dos agitados e turbulentos acontecimentos da história, o que podemos dizer em forma  metafórica que
chegaram com suas novas gerações desenraizadas para se conectar diretamente a tecnologia
 do século XXI. Foram estas massas em crescimento acelerado que sofreram o maior impacto,
neste princípio de transformações Neoliberais, Neo- modernas e seus processos de desconstrução
da identidade cultural coletiva comprometendo sua sobrevivência. Numa outra ótica, desde a sociedade
sequencial urbana de extração operaria século XXI que cumpriu outro papel dentro das transformações,
ao se adaptar progressivamente ao consumismo das novas ideias desde o campo político institucional
e sócio econômico, servindo como modelo de Snobismo, refratário e amortecedor, que contou com
a forte aderência da ascensão artificial de categorias econômicas trabalhadoras, resistentes a qualquer
proposta  por fora da ordem estabelecida,  o qual não impediria receber os impactos da macro imposta.
Vou tomar como referência o Brasil, como um dos elementos estruturais, coluna vertebral da dominação
histórica colonialista na região. Sua incidência sócio econômica, a partir de sua dimensão territorial
e sua diversidade étnica, cultural submetidas as interpretações e aos efeitos do modelo Euro centrista,
são uns dos obstáculos mais complexificadores para a expansão de novas propostas. A 27 anos
a caída do Muro do Berlim anunciaria o começo da globalização da economia mundial, dando
um passo acelerado, rumo ao Neo Liberalismo e o pensamento Neo moderno, de polêmicas versões
da sua procedência, com forte sinais do desconstrucionismo crítico (de Jacques Derrida)
e seus efeitos contemporâneos. Acontecimentos resultantes da Chamada Guerra Fria pós conflito
bélico da segunda guerra mundial, em que as potências econômicas militares do planeta referencia-
(EEUU-URSS ) e seus aliados, disputariam territórios com planejamento tático, se preparando
para a nova ordem de exploração tecno-econômica do planeta. O desenvolvimento das futuras
tecnologias e o aumento demográfico ( consumo) previsto, apontava a construção de macro fontes
energéticas, que garantiram a sustentabilidade e o desenvolvimento na procura da supremacia e controle
dos novos mercados. As revolucionárias matrizes energéticas  baseadas nos combustíveis fósseis,
petróleo, milenário conhecido das estruturas civilizatórias, elemento adotado como catalizador
desenvolvimentista dos século XX- revolução industrial ao qual se somam a extração de minerais
requerido pela evolução das novas tecnologias e  que juntos a grandes áreas de produção, monocultivo
e aquíferos de água doce, são no presente os territórios em disputa. Nesta lógica, tudo aponta o Brasil
como uma superestrutura de controle continental com vital importância no planejamento Neo Liberal,
aprofundando e garantindo o colonialismo histórico eurocentrista na região. O sul também existe e
sempre existiu, só que desde o século XV  sob o rodízio especulativo dos imperialismos ocidentais
(Portugal,Espanha,Inglaterra,Frância,Holanda) entre outros interesses recorrentes da pós colonização.
A primeira independência em terras americanas do hemisfério norte século XVIII (EEUU) e a insurreição
independentista na colônia francesa de Saint Domingue (Haiti),que em 1804- a transformaria  na
primeira  república do "Novo Mundo" dominada pela França em ser governada por Africanos em 
situação de escravidão, anunciava a decadência e futuro final das monarquias européias. Período 
chamado de iluminista resumo do pensamento moderno da Idade Moderna interpretada e manifestado 
pelos setores sócio culturais ocidentais conhecido como modernismo, movimentos emergentes diante 
um período histórico de grandes transformações no sistema de produção e dos conceitos filosóficos 
do deus medieval. No que se agrega o liberalismo, diversidade de correntes políticas, filosóficas 
e ideológicas que girariam como até agora no entorno de seus interesses de impor suas teses dentro 
do novo sistema Republicano. Estes cenários de complexidades históricas se delimitam geograficamente 
dentro dos territórios da Europa ocidental com forte supremacia das culturas mediterrâneas. 
Esta visão de mundo se ergue sobre a história da humanidade no desinteresse e desconhecimento das
 outras culturas e processos originários e civilizatórios planetários, se constituindo num poder 
determinante  para o futuro do mundo e principalmente para as Américas. O Brasil hoje, entre, 
"Deixa vida me levar" da sociedade líquida e a profundidade do binarismo Maniqueísta sempre por 
dentro da unilateralidade do modelo "Democracia representativa"da República Burguesa. 
 Nada sugere que as experiências históricas vivenciadas pelas sociedades oprimidas por mais 
de 500 anos, e seus campos referenciais, superaram os fenômenos comportamentais provenientes 
do colonialismo euro centristas e seus modelos de estruturas institucionais.
A riqueza originária de suas etnias autóctones e a pós as experiências Quilombolas, como pontos de
referências essenciais, na necessidade de uma resistência indentitária, em defesa dos direitos a
autodeterminação politico-cultural, na frente a barbárie colonialista, não foram consideradas
 o suficiente pelas categorias do novo nativo intelectual, para criar uma consciência na adaptação
das ideologias críticas resistentes desembarcadas junto com as impostas colonizantes . O processo
 "civilizatório “e seus efeitos metamorfopsia conseguiu  instalar um modelo de auto preconceito
discriminante nas sociedades “europeizadas” referentes a os Povos originários e Quilombolas, 
arrastrando os valores culturais destes, junto com suas práticas socioeconômicas e seus direitos, 
ao conceito do primitivismo improducente para os mercados estabelecidos.

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