Tempos de Neutralidades e o fim das Utopias ?


                                           
Primeiramente temos que determinar  o conceito de neutralidade, no contexto das
relações sociopolíticas. Ela comumente é mencionada, no momento da existência
de duas o mais partes em conflito por diferentes interesses. A instalação deste modelo
dentro das relações humanas, o que considero realmente uma falácia, é muito mais grave
ainda no tentar justificar ela, nas áreas da educação proveniente da institucionalidade,
por uma das partes involucradas no conflito, que conta com o poder resolutivo e executor,
completamente parcial, a favor dos interesses da classe dominante.
No entanto diante o projeto ideológico do conservadorismo político-educacional
de "Escola sem Partido"o qual seria o pensamento único e a submissão, que já conta
a muitos anos com aderentes voluntários. Na minha posição ideológica poderia me
declarar"neutro"considerando que nenhuma das duas opções fazem parte de meus princípios.
Marco isto como um exemplo de que a neutralidade e só falacia especulativa. Ou está a favor
de umas das partes e se abstém hipocritamente, ou faz parte de uma terceira critica as duas, em total
ou menor grau, se desinteressando de se manifestar no conflito.
Nenhuma destas duas opções fazem parte de minha consciência crítica e muito menos
na ordem da "Educação"institucional.
O avanço do conservadorismo sobre as áreas do pensamento crítico, tanto seja apontando
a setores em disputas dentro do espaço dos poderes, como com as ideologias por fora desta
instância, não permite ficar no aguardo de outras condições para se expressar e resistir a este
presente que  a carrega no seu conteúdo sinais e práticas de perfil Fascista.
Acho que podemos demostrar com os conhecimentos aplicados pela ciência em várias
matérias que são motivo de críticas permanente, como nas áreas da alimentação, saúde,
preservação ambiental, a tecnologia bélica e outros, onde os conhecimentos adquiridos não são motivos de constrangimentos para seus criadores, nem sequer a partir das injustiças provocadas por
eles, ao qual aderem outras sociedades de apoio insensíveis aos nefastos resultados.
Aí a importância de retomar o debate "Para que serve o conhecimento?", uns dos espaços
abandonados e de vital importância, pelas esquerdas institucionais.
O terror instalado nas ruas das cidades pelas facções do tráfico, a impunidade do aparelho
militar "da bala perdida", despejos forçados, ataques raciais e violência de gênero somado
a construção artificial de uma crise econômica com milhões de desempregados, praticamente
induzida pelo cenário da corrupção da política institucional, estão deixando como saldo,
a fragilidade da sociedade das capas médias e periféricas, manifestado a partir do sentimento
da insegurança real, o que com a ajuda do trato perverso dado pela mídia sistêmica deixa o
campo fértil para a criação de criaturas provenientes dos tenebrosos porões da ditadura.
No entanto, na presença deste trágico quadro instalado e que rapidamente se impõe
com seus efeitos erosivos sobre a sociedade Brasileira, as esquerdas seguem sem acordar,
caminhando em círculos, sonhando nas cadeiras do poder para 2018, com propostas reiterativas
ao período anterior e reafirmando  a distância que os separa da história na luta de classes.
Condição esta que nos leva a refletir sobre a profundidade interpretativa da situação real
e que nível de sensibilidade, por parte das referências desses setores e os graus de compromisso
com os extratos sociais mais desfavorecidos. Na minha percepção, o próximo período eleitoral
será um evento Populismo versus Populismo prometendo um mega Show de "Neutralidades",
onde o futuro das grandes massas oprimidas ficará nos rascunhos de algum romântico
da revolução do proletariado.

                                           
                               






















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