O lado escuro das Utopias..



O lado escuro das Utopias desde a ótica existencialista nos sugere que estaríamos atravessando pela perda da última trincheira da libertação, a Imaginação.
Catalizadora da"Fé", traduzida no interpretativo popular como esperança, composta de elementos medidos racionalmente pelas capacidades reais, as quais serão acompanhados dos subjetivos aleatórios provenientes do campo da dialética.
A autoestima se pronuncia desde psicobiológico e racional como a libido que sustenta o equilíbrio entre a sentença finita do "ser" e o infinito da imaginação, temporalmente abstraente de seus limites biológicos, a que brinda o protagonismo libertador a sua própria condição autônoma portadora da responsabilidade intransferível da autopreservação.
Se observamos desde esta perspectiva, a humanidade pré Neoliberalismo de forma crítica, acharemos ainda que em situação de desgaste nas estruturas sólidas dos modelos da modernidade e as remanescências étnicas em estado civilizatório, os altos níveis de consciências individuais estimuladas pela "Fé", "Utopias", esperanças apontavam ao bem comum e a construção coletiva.
Esta condição existencial do ser individual além dos trágicos episódios pela qual transitou a humanidade, manteve desde a diversidade sua condição comprometida com suas memórias culturais e lutas reivindicativas de origem histórica, étnica, religiosa, política e ideológica. Ato de resistência, que no percurso dos eventos posteriores a segunda guerra mundial foi sendo permeada pela pró recriação geracional, herdeira da orfandade referencial, alternativa a qual atuou como veículo substancial na criação de um novo imaginário na sociedade do consumo, induzido pelas mudanças tecnológicas e a globalização da economia produtiva do Capitalismo.
As derrotas sofridas estruturalmente dentro do campo das interpretações ideológicas do socialismo "anticapitalista" desvanecem notavelmente os vínculos identitários das grandes massas, com imaginários de coletividade e o bem comum, e foram se transformando em um paradigma de identidade individualista, se submetendo a lógica sistêmica. 
Tempos de Neoliberalismo global, uma coalizão violenta que no seus efeitos socioeconômicos, partindo da sociologia de Baumam, é interpretada metaforicamente como "Modernidade Líquida", a qual nos submetem a evidência de uma nova ordem das contradições históricas surgidas pela submersão em curso da Modernidade Liberal.
A dissociações das ideias pelo bem comum, já em declive nos tempos modernos, alcançam nesta interpretação uma irrefutável manifestação, a qual contraditoriamente, de forma paralela, provoca-se a imersão dos aletargados valores do conservadorismo, perfil colonialista de remanescência do Medievo Feudal, como fato associativo irracional, oportunizado pelas nefastas versões do Nazifascismo, de imprevisíveis conotações.
Se olharmos no adverso da moeda, veremos uma marca de água, reflexo da derrota que transluz o campo ideológico do socialismo, num desgaste resignado ao mal capitalista, se afastando do contexto revolucionário século XX, sem visíveis opções substitutas da resistência anticapitalista.
No entanto, se voltamos as contradições da dissociação do sujeito social com o bem comum e o contraponto da associação da irracionalidade conservadora, também podemos achar este modelo no campo da oposição das esquerdas institucionais, as quais não chamaremos de irracionais e sim de populistas, sem sustância transformadora, inclinadas ao modelo conciliatório de classe, as quais
não contam com projeto capaz de resistir, nem retardar o efeito da permeabilidade da globalização ultra-financeira sobre as obsoletas democracias burguesas.
Este processo da vertiginosa imposta sistêmica impacta com seus valores, sem vestígios mínimos no respeito pelo futuro da espécie e seu habitat, criando desde a incompreensão popular uma profunda depressão desde a libido individual até o associativo, logrando um desequilibro de profundas
consequências visíveis entre a sentença implacável na exposição de suas limitações existenciais, vinculadas ao consumismo, como agente identitário as que submetem a flutuação do imaginário diante a ausência do objetos sólidos equilibrantes no existencial.
Nesta exposição, manifesto, de minha racionalidade, com inevitavelmente influência do meu"ser" emocional, sujeito consciente do trânsito vivenciado, da sobreposição forçada no campo das ideias e no desenvolvimento comportamental da sociedade na qual me incluo, tento mergulhar desde a autocrítica individual na procura de comparativos estimulantes que me assistam na práxis solidária, sempre considerando a relatividade do "inalterável Utópico", com consciência de ser mais um no universo dos oprimidos.   
  









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