Na interpretação do período transitado, imposto pelos poderes históricos dominantes e suas mutações
absurdas, estão nos deixando sem saída, nem opções coerentes, para poder expressar nossa indignação
gerada pela lógica de um Brasil, que ao parecer está se transformando num porão medieval de torturas, o qual não é nenhuma novidade para grandes populações étnicas e periféricas, mas esta vez sem a esperança referencial de alternativas políticas reais, diante do processo globalizante. O sentimento que provoca esta situação é semelhante a um estado de claustrofobia, que reage no sentido da autodefesa com as mais variadas calamidades do comportamental, racional ou irracional da sociedade, atingida por uma "Síndrome do Pânico" generalizada, que não enxerga a verdadeira causa do transtorno e direciona seus mísseis baixo as figuras do preconceito de gênero, cultural, racial, econômico e moral, em que se agrega a violência do estado com sua "Justiça" do cassetete e da bala perdida. Este cenário convulsivo não é exclusivo de um só ponto agressor, referencial do histórico das classes com privilégios econômicos médios e altos, ele também transita fortemente nos extratos emergentes e baixos, tomando outra dimensão estruturada desde a falsa moral religiosa, alienante, substituta da perda de identidade sócio cultural, contraindo o mal do mexerico e a inveja, como ferramentas de autoafirmação de suas personalidades, atingidas pela tristeza de não haver completado o nível desejado, fruto do submetimento aos estereótipos sistêmicos.
Neste quadro de complexidades, o instinto de preservação das classes oprimidas se ativa e começa a corrida na busca de um refúgio seguro, que ao menos reduza a "Agonia", diante o desvanecimento de nossas estruturas racionais e existenciais. Aí é que se produzem os efeitos colaterais de imprevisíveis consequências, na reativação e proliferação dos germes do oportunismo político e "espiritual".
O mundo do menos pior se instalando como "solução", para uns é estratégico, já que não tem fundamentos para se sustentar e acabam no fanatismo e no sectarismo, fazendo baixar a "Jesus" pela "Esquerda", na reencarnação de falsos e expertos profetas, como última trincheira da derrota, os quais disputarão o "Céu" com os outros, que o baixam pela "Direita", com o fim de manter seus status por dentro do sistema dominante. Em definitiva, todos eles querem os privilégios "Divinos" do Estado, usando as massas populares como matéria prima de suas fabriquetas de poderes, no que chegado o momento, sem constrangimento, baseado num bom discurso, comporão suas agendas de conciliações e acordos, com o fim de não perder as nuvens conquistadas, escalando pelas costas do eleitorado, última parcela beneficiada com as sobras de suas próprias economias.
Luta de classes, alguém mencionou este conceito nestes dias, preferimos nem mencionar seu nome, o que produziria um mal estar inecessário e indesejado. Este personagem, que nunca plantou um tempero verde num vaso de seus aposentos, acomodou sua descendência no aparato burocrático parasitário dos que produzem para brindar o bem estar que eles usufrutuam, se manifestou em defesa da Democracia, a qual desconhece, desde sua organização de perfil piramidal, com seu cargo, ao parecer, vitalício.
Esta criatura, calou a boca contra a Democracia, que fez enriquecer ainda mais ao Bradesco e o Itau, com a política de seu partido, que construiu e executou o projeto Belo Monte e suas consequências étnico ecológicas, que assinou a lei antiterrorista, que calou as vozes que reclamavam a abertura dos arquivos da ditadura e seus genocidas, calou com o espetáculo da FIFA, que despejou milhares de famílias para favorecer a especulação imobiliária, com o Crime da Samarco, com o favorecimento quase de absolução das dívidas das mídias corporativas, com o congelamento do projeto da reforma agrária e da titulação dos territórios Quilombolas, as grilagens e desmatamento do Amazonas pelas madeireiras e o Agronegócio, com o deliberado aumento dos agrotóxicos, com a crescente onda de extermínio do povo negro e os desterros dos povos originários e suas culturas, e contra a corrupção política institucional, que aí sim, dá até nojo se dizer que não sabia de nada. Até poderemos seguir nominando e desvestindo o que ele quer fazer acreditar ao Povo, no conceito de sua Democracia, e ainda de forma ousada, mencionar a luta de classes. E para fechar esta crítica acusatória gostaria de saber a composição do tal Plebiscito, que no seu ciclo de poder jamais convocou, nem também os tais congressos do Povo, que certamente sofrerão o que todos os simulacros de seus conselhos sofreram, o engesso do aparato piramidal, se vão incluir e respeitar a opinião proveniente dos setores críticos, que quase sempre são apagados, patrolados e discriminados em seus esquematizados relatórios.
Brasil "O país das Maravilhas", onde o Neoliberalismo achou todas as condições objetivas de se desenvolver, sem um índice de risco notório, onde tudo é "Magia".
Os rios se transformam em refrescos cola, um boi ocupa uma terra com capacidade de moradia digna para 30 famílias, a solidariedade é suspeita, o oportunismo é uma virtude, a saúde mental é um crime, o machismo é um orgulho, a arte é pornografia, a violência é uma cultura, a esquerda é uma direita envergonhada, o racismo é lógica e a liberdade um pecado.
Pelo Poder Popular, sem classes oprimidas nem opressoras.
Pela Autodeterminação territorial étnico cultural originária e Quilombola.
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