Introduzir o debate do bem comum partindo da ótica histórica, étnica, cultural e moderna da classe oprimida em pleno século XXI, exige uma reformulação conceitual e ideológica crítica capaz de se adequar ao complexo cenário da imposta sistêmica.
O que sugere revisar de forma profunda o Estado e suas mutações, as quais seguem se desenvolvendo guiadas pelos elementos históricos que participaram na sua formação e seu princípio de autoridade constituído por entre outras fundações, pela propriedade privada.
Este princípio pilar estrutural no desenvolvimento do sistema de exploração capitalista na apropriação gananciosa, individual ou corporativa dos meios de produção, extraída da força de trabalho das massas trabalhadoras, de forma inevitável e lógica, nos seus efeitos acumulativos da riqueza gerada por esta ação (mais-valia), exige a expansão do modelo que abrange todas as áreas das necessidades sociais inalienáveis, constituindo-as em produto especulativo. O qual consegue arrasar em seu trânsito genocida qualquer intenção ou seguimento cultural histórico que tiver fundado na ordem dos conceitos do Bem Comum da classe oprimida.
O estado de Direito institucional, formatado a imagem e interesse das classes dominantes, atua como agente garantidor, obstruindo e reprimindo qualquer intenção que ameace o funcionamento do sistema imposto.
O mais preocupante são os efeitos notórios da perda dos valores culturais na classe em questão no passo das gerações, forçada a substituir o sentimento de identidade cultural coletiva pela síndrome do desejo imediatista imposto pelo sistema do consumismo.
Prática esta que estaria formatando um novo vínculo de relação social com identidades efêmeras partindo de um objeto de consumo, atuando como intermediador dos valores e das relações afetivas constituindo-se no polo oposto da lógica dos conceitos da sociedade histórica, o que não quer dizer que se estaria apoiando o conservadorismo.
O que queremos expressar é a perda do equilíbrio das interpretações conceituais da luta de classes da sociedade humana, arrastando na sua queda as estruturas ideológicas críticas dos tempos modernos, o qual abre passo a radicalização desumanizante, controlada pelos meios tecnológicos e comunicacionais, impactando tragicamente sobre as sociedades oprimidas de forma genocida, ampliando o desrespeito histórico as remanescências étnicas expostas ao extermínio e o preconceito. Transformando o que até ontem era um absurdo, em um modelo comportamental de infinitas interpretações, modelando uma nova lógica criadora de um falso "direito" individual, tantos como seres existem, portadores de profundas contradições flutuantes, desaguando na bacia do sistema do controle globalizado.
Em outras palavras, teríamos uma teoria da razão do "Caos" no "caos" social da "razão".
A velocidade do desenvolvimento tecnológico e seus anexos nas áreas produtivas, desacompanhada do preparo das sociedades subdesenvolvidas matrizes século XX, ingressando na zona obscura de uma transição eclíptica de carácter cíclico, no andar da contínua "evolução" da sociedade humana, nos estarão prognosticando assim como nos anteriores períodos históricos de profundas transformações, o ingresso a região de um minguante Gibosa, nos induzindo por um complexo labirinto de incertezas.
Estas incertezas seguirão seu trânsito implacável de forma imutável, muito além de câmbios visíveis nas estruturas institucionais, já que fazem parte dos sedimentos estruturais alienantes no histórico das sociedades e de forma mais acentuada nas regiões sub desenvolvidas pela cultura colonialista e suas neo versões presentes.
Para nós será a Era do ¨Tatu¨.
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