Entre a realidade e a Utopia


Pois é! E não como uma expressão de conformismo e resignação, e sim de profunda tristeza e preocupação, na véspera de um outro ano eleitoreiro de farsa "Democrática" Burguesa no Brasil, 2020.
Para poder explicar o motivo dessa tristeza e preocupação é necessário se manifestar partindo desde as figuras da Lógica e as contradições.
A 36 anos da reabertura do sistema "Democrático", as estruturas do estado ditatorial com amplo e nefasto histórico neste país, conseguem demostrar uma vez mais sua presença intervencionista no cenário da politica institucional. Desta vez de forma mais abrangente e profunda, com uma mão no fuzil e a outra na constituição.  
Opinião esta, que nos reafirma no dia após dia, a negação ideológica anticolonialista e anticapitalista, que neste período de mais de 3 décadas não contou com fatores nem sinais que interrompessem a sequência cultural histórica, deste paradigma,
ou ao menos criara condições visíveis para confrontar o atual presente.
A passagem dos 13 anos do Progressismo é uma prova incontestável da continuidade inalterável e impune deste modelo de estado. Período que até poderíamos chamar de "Pacificação" camuflada pelo assistencialismo populista, carente de qualquer conceito de classe, financiado pelos farelos insignificantes do enriquecimento dos setores financeiros, industriais e da corrupção.

No entanto o Progressismo nos declamava o "País das Maravilhas",
a oxigenação e reorganização das forças reacionárias, conseguiram  deixar ao desnudo, entre verdades e armadilhas, a fisiologia cultural da corrupção do estado.
Convidando ao "Deus Cristão" e seus apóstolos (Agronegócio, Banca financeira, Multinacionais etc) à última ceia do ensaio "democrático" em falência, a qual foi assistida ao vivo por todo povo Brasileiro, esvaziando as ruas do país.
  
Situação esta que nos planteia uma contradição facilitadora para o planejamento do neoliberalismo.
Diante a ausência dos conceitos na sociedade, da existência de uma luta de classes, este se impulsa e se garante no bem individual do imediatismo padrão consumista ( bandeira Progressista).
Deixando diante à crise institucional um portal aberto para a chegada do Messias.
Os sentimentos religiosos enraizados nas massas, com uma forte influência da cultura medieval colonizadora, de forma proposital e estratégica, foram usados e manipulados pelos setores ideológicos mais reacionários do espectro político e  intelectual, conseguindo dar um resultado positivo a suas intenções de poder.
Fato que nos convoca a refletir o tema do retrocesso:

Quem retrocedeu?

O que esperava este modelo de neo esquerda eleitoreira?
Que as elites históricas da Burguesia irão se sentar a esperar a 
Revolução do proletariado?

Claro que não. Quem retrocedeu foram as neo esquerdas que ficaram sentadas em suas butacas das conciliações, com o fim de se fortalecer institucionalmente no campo da Burguesia, que só seguiu seu passos lógicos e coerentes, fiéis a sua cultura dominante.
Mas também tem que reconhecer que não se pode cobrar da neo esquerda eleitoralista a conta de Revolucionária, que isso sim, nunca foi manifestado dentro de seus programas reformistas.
Mantendo a coerência no atual período ao se negar a autocrítica,
o que de fato confirma a distância que encontra-se da luta de classes. 

Então agora vamos as perspectivas 2021, que podemos dizer?

Primeiro, que dentro da neo esquerda nada mudou, e ao parecer, seguem retrocedendo se mantendo nas áreas das conciliações com setores da Burguesia nacional e política, com uma série tentativas de alianças internas provocadas pela presunção de que o "Caudilho" poderia ser libertado sob a esperança de incidir na reconstrução das bases municipais via 2022.

Esta hipótese poderia ganhar força nos próximos tempos se considerarmos dois fatores que na aparência seriam contraditórios, mas na realidade são a meia laranja, modelo que tem servido historicamente a nível global para a sobrevivência do sistema capitalista.

1) Em andamento as reformas estruturais do estado, constitucionalizando e aprofundando o sistema de opressão.

2) A experiência do Progressismo em administrar via populismo as misérias e opressões sobre as categorias sócio econômicas e étnicas mais afetadas, na pacificação.
O que de modo notável favoreceria o investimento e saqueio a grande escala das corporações multinacionais com baixo índice de risco, como já foi demostrado no passado.

Num outro olhar, procurando uma luz de esperança, observamos por dentro as referências históricas dos Movimentos sociais e sindicatos da classe oprimida, e só achamos consequências catastróficas, as que eram previsíveis devido ao atrelamento incondicional aplicado no processo Progressista.

O que nos sugere, que a esperança deve se encaminhar para a observação de alternativas emergentes das sociedades,
Utopiando que essas nascentes irrigarão com uma nova visão de mundo, as resistências e as lutas postergadas.
Nutrindo de fundamentos anti-sistêmicos, emancipatórios, anticolonialistas e anti-patriarcais ao universo das lutas revolucionárias.

Tudo em prol da Autodeterminação sociocultural e econômica fundada no respeito à biodiversidade planetária.




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