A quarentena




Quarentena, um sinônimo de isolamento social estrito, devido a circunstâncias
de fatores contaminantes, que poderiam provocar uma onda de contágios aos integrantes de uma ou várias sociedades.
Dito nestes termos, nos sugere um processo de confinamento por um período determinado o qual não aceitaria a nossa opinião relatividades no cumprimento desta medida.

Na situação atual Covid19.

Este processo pode ser determinado por duas circunstâncias:
A primeira é compreendida por três grupos: 1) os da consciência do afetado, devido ao mal adquirido e seu potencial contaminante; 2) os que compreenderam a possibilidade de ser contaminados;  3) os que pressupõem a possibilidade de ser assintomáticos e servirem de agente transmissor.
A segunda, na aplicação desta medida pela execução compulsiva por parte dos poderes atuantes, ao indivíduo ou a sociedade em seu conjunto.

Na apresentação deste quadro, ficaria suspensa a viabilidade concreta de sua aplicação (Quarentena), diante as visíveis realidades as quais teríamos que anunciar alguns dos determinados fatores críticos para a não realização de tão drástica práxis.

 América Latina

O agravamento das crises econômicas provenientes do sistema neoliberal globalizado, dá para entender que desde seus efeitos dominó, administrado pelas políticas dos estados, seja a causa principal na propagação da pandemia.
Os quais deixam, além de outros motivos alienatórios das sociedades mas desassistidas economicamente, periferias urbanas, grupos étnicos, imigrantes, trabalhadores em estado de precariedade, sem condições reais de sustentar a figura exposta da "Quarentena".
No entanto, os setores comerciais e industriais emergentes sustentados pelas políticas do consumo não essencial começaram a fechar suas portas, agregando ao mercado de trabalho grande massas de desempregados.
O que demonstra uma inversão do ciclo vital da economia social e comunitária, que é respondida desde as tecnologias digitais, que já visualizam um alto grau no aumento da exclusão social. Como a violência policial e paramilitar, principalmente aplicada impunemente contra comunidades negras e indígenas.
Esta potencialização do clássico trato em referência as populações anunciadas já estaria em andamento, partindo dos caos da resposta sanitária e as migalhas assistenciais oferecidas por parte dos governos, demostrando na suas práticas as obscuras intenções de catalisar a crise econômica por cima das vítimas da tragédia, com o objetivo de favorecer as diferentes óticas de ambição totalitárias. As quais denunciam o alinhamento ao imperialismo EEUU, Trump, num esforço de ser reconhecidos e favorecidos pelo protetorado geopolítico imperialista.

Parênteses.
Neste quadro de opinião genérica, devemos ressaltar a Cuba desde sua Autodeterminação solidária, se desdobrando solidariamente, estendendo seus braços ao mundo apesar do violento bloqueio histórico a qual é submetida.

Brasil

 Ao parecer as atuações do "bobo da corte" do imperialismo, não tem sido até o momento bem sucedidas no campo da política interna de disputas com os outros poderes da república, que foram forçados a transitar pelos limites interpretativos da constitucionalidade, em defesa de um imaginário da ética,
fundamentada no desgastado e corrupto sistema da "democracia" Burguesa.
Mas de todas formas conseguiram corroer, ao menos superficialmente, o uso massivo das mentiras virtuais em rede e reduzir o universo de provocações de absurdas conotações. No entanto, a política "Chicago Boys" do ministro, vestígios Pinochetista de economia, desde os bastidores corporativos empresariais, instrumenta a venda do patrimônio público, arreando a bandeira do falso pregão nacionalista do executivo.
A "para-política" desenvolvida pela atual administração federal militarizada faz uso dos valores impostos e transmitidos culturalmente, no percorrer destes mais de 500 anos da colonização medieval eurocentrista, numa sociedade construída nas bases do militarismo, o sistema patriarcal machista e o racismo. Ao que podemos agregar a intervenção do capitalismo em sua expressão mais selvagem no aproveitamento destas estruturas históricas. Em definitiva estamos falando de um conjunto de sociedades majoritariamente proveniente de origens étnicas, lançadas abruptamente  a um cenário de transformações composto pela inclusão forçada de grandes massas de extração africana em estado de escravidão e de correntes migratórias colonizatórias europeias. Estas transformações sociais foram confirmando através dos tempos dois elementos fundamentais, componentes da realidade atual.
A desconstrução de suas identidades étnicas comunitárias acompanhada majoritariamente por um auto preconceito, e a incorporação paradigmática
dos valores impostos pelo sistema colonizador primário e o capitalismo.


           A linguagem dos olhos e a volta do sentir comunitário.


Tenho ouvido muitas vezes durante meus anos de vida e no trânsito por diferentes regiões de América que "Os olhos são o espelho da Alma".
Mas talvez, pela primeira vez, além de ter interpretado essa linguagem subliminar nos palcos das artes teatrais. Os olhos hoje, se transformam nas ruas da comunidade, comunicadores vitais diante os silêncios trágicos e as opressões a qual fomos e somos submetidos. Um momento que ao parecer estaria nos ensinando a redescobrir a sutil beleza humana de existir.
Uma estética que sobrevoa os limites do imaginário, nos provocando a mergulhar nos mistérios de tantas e tantas tristezas e ternuras escondidas em nossos porões da Alma. O qual nos estaria potencializando profundamente por cima de nossas misérias na procura das identidades perdidas, nos trilhos do atropelado mundo das injustiças.
Uma cálida brisa que nos envolve, nos protegendo do frio, olhar sem alma das pobres criaturas vazias de humanidade, que jamais terão o privilégio de sentir o que nós sentimos ao chorar, rir, nos abraçar, amar, discordar, Viver.
 São os olhos das mulheres e homens dos caracóis Zapatistas, dos Mapuches, Guaranis, Kaigangs, povos das das florestas, Quilombolas, entre outros, que nos transmitem as urgentes mensagens da madre terra, numa irmandade infinita que  se propaga queimando fronteiras e encontra na urbanidade civilizatória crítica como exemplo, as "Cartas a Sírio Lorenzo"*, proposta Ecomunitarista do filósofo Sírio lopes Velasco, uma esperança pós pandêmica que nos convoca  a um processo de reversão sistêmica, apontando ao novo mundo pós capitalista.

                  *(https://www.youtube.com/watch?v=65Ry-o2cGzY )
















































 







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