Inalienavel

 

Um adjetivo comumente aplicado na diferentes áreas da sociedade humana como uma rotunda negação diante um sujeito ético moral ou material não compreendido dentro das convenções coletivas, tanto sejam institucionais como de origem cultural.

Situação esta que nos coloca de frente a figura do "Direito" nascida dos conceitos civilizatórios em nosso caso colonisatorios ocidentais , visando normas ou leis de caráter coercitivas e penalizantes para quem não acatar, individual ou coletivamente, esta interpretação sociopolítica aplicado pelos círculos dos poderes atuantes.

Pensando em voz alta, tomaremos o estado como ferramenta modelo capaz de nos demostrar nitidamente, através de suas demarcações geográficas (Fronteiras) concebidas e aplicadas, num cenário de interesses geopolíticos, em notório estado de instabilidade (tréguas) entres seus semelhantes.

Esta visão do paradigma em questão me és sugerida desde limitados conhecimentos históricos como o principal elemento alienante do inalienável e aqui me refiro pontualmente a Abya Yala iniciado no transcurso do processo da violência colonizatória sob a existentes multiplicidades étnico culturais da vida humana e seus recursos naturais.

Neste ato de apropriação indevida dos inalienáveis surgem, com o tempo, as demarcações vindas dos fatores dominantes ocidentais (Geopolítica), em outras palavras, um reparto de terras de vidas humanas e não humanas (vice-reinados), onde poucos séculos depois se declarara o estado ocidentalizado sob o controle de uma república fundada nos princípios das burguesias emergentes da revolução industrial e seu sistema de produção capitalista.

De aí em mais os "Contratos Sociais" (Constituições) serão os regentes jurídicos das leis a ser aplicadas por modelos de Democracias representativas (Indiretas) submetidas integralmente aos interesses dos poderes políticos, econômicos e religiosos em função do Capitalismo. Que prosseguiram sofisticando e justificando desde a intelectualidade jurídica as grosseiras violências alienantes aplicadas nos origens  da intervenção colonizatória e suas práticas, presentes desde as estruturas militarizadas do estado com uma notável instabilidade na subordinação a tais constituições e com um amplo histórico de intervenções ditatoriais.

Nesta breve síntese do conceito do inalienável traduzido aos dias presentes através das reivindicações dos "Direitos humanos" institucionalizados ao qual podemos reiterar "e não humanos" desde a ótica Ecomunitarista (Sírio Lopez Velasco), seguimos observando a manutenção do estado burguês, que além de questionado criticamente pelas esquerdas tradicionais, não se impulsa a separação do mesmo, nem sequer desde um imaginário de Liberação em prol das sociedades étnico culturais atrapadas neste contexto territorial histórico civilizatório. Um respeito sem respeito  que tem atravessados séculos de continuidade colonizatória, com a perda do inalienável "Direito" a Autodeterminação cultural, sociopolítica e religiosa com suas consequências alienantes em situação de genocídio.

Neste breve contexto de opinião abrangente a todas as expressões comunitárias, na maioria com sujeitos extirpados de suas origens e abandonados a mercê da alienação capitalista, a qual coexiste beneficiosamente junto ao universo da profunda fisiologia herdada das "Fobias" medievais colonizatórias. Massas populacionais que serão lembradas nas contendas eleitoreiras indiretas representativas para obter sempre do mesmo e até mais grave.

O que de fato faz cabível colocar a o Brasil como modelo insolúvel no campo destas observações críticas, que nesta passagem dos mais de 500 anos do processo em questão, se exibe sem pudor diante o mundo no contexto das injustiças, as que mostram de forma ampliada as mesmas realidades de sul a norte e de direita a esquerda deste continente. O atual cenário da pandemia é um recorte demostrativo da grande tragédia secular a qual fomos submetid@s  a que nos estaria anunciando uma nova era de transformações. Nos comprometendo a partir da ética revolucionaria anticapitalista a recompor  profundamente as interpretações vindas e assumidas de nossas matrizes  filosóficas e ideológicas em prol do maltreito campo do pensamento Utópico.

Este chamado de atenção nos dirige a ressaltar os conceitos vertidos nos três pontos da "Ética Ecomunitarista: Liberdade, Consenso, Ecologia" na obra do professor Sirio Velasco, os quais tomam uma suprema relevância neste presente de práxis neoliberal, com uma transparente visualização no trato conceitual dos alienáveis valores Humanos e não Humanos, culturalizados pelas alienações.

Para concluir devo anunciar que alguns dos conceitos vertidos aqui surgiram a partir das interpretações das "Instruções do período Artiguista dos anos XIII, as lutas do século XX, territoriais agrárias da "Pátria Grande de Raul Sendic" e dos modelos entre tantos em desconhecimento das lutas dos povos Mapuches ao sul do continente e as protagonizadas ao norte pelas organizações comunitárias Zapatistas .

                                                


Seguiremos cortando os pregos com a "Serrita" de nossas Utopias ate achar os caminhos da Liberdade.

                                           










Comentários

  1. Ótima reflexão crítica. Seguimos em busca da liberdade para todos os povos.

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