ECOMUNITARIANISMO, EDUCAÇÃO E ERÓTICA:

Sirio López Velasco (lopesirio@hotmail.com) 
 
Como sabemos, o Ecomunitarismo propõe a aplicação diária das três normas éticas fundamentais (gramática profunda da questão que o estabelece, a saber, “O que devo fazer?”) Que nos obrigam, respectivamente, a garantir nossa liberdade individual de decisão, perceber essa liberdade na busca de respostas consensuais com os outros, e incessantemente preservar regenerar a saúde da natureza humana e não humana. Sabe-se também que entre as dimensões da proposta ecomunitárista estão a economia ecológica e sem patrões, a política de todos (baseada na democracia direta e intercultural), a comunicação horizontal e simétrica (colocando os instrumentos atualmente dominados nas mãos das comunidades pelos monopólios ou oligopólios da mídia) e a estética da libertação. Agora, indivíduos capazes de viver e desenvolver todas essas dimensões devem ter educação permanente. Inspirados por Paulo Freire, definimos a educação ambiental ecomunitárista como um processo de conscientização sem fim, composto simultaneamente pelo desvelamento crítico das opressões e devastações que vivemos e pela ação transformadora superadora delas, rumo ao
ecomunitarismo. Essa educação deve ocupar todos os espaços de educação formal (do berçário às universidades) e todos os de convivência social (centros de produção, clubes desportivos, trabalho comunitário, etc.). Para a educação formal a partir dos 11 anos (seguindo Piaget, que mostrou que nessa idade a criança adquire maturidade no raciocínio lógico e na ideia de justiça) propomos a partir de agora e para o ecomunitarismo as seguintes cinco diretrizes: 1 ) vinculando os conteúdos programáticos (de Linguagem, Matemática, Geografia, História, Ciências Naturais e Humanas, etc.) aos problemas socioambientais que afetam a vida de alunos e educadores em nível local (sem descartar seu contexto regional, nacional, continental e mundial), 2) reconstruir conhecimentos sobre esse problema a partir de pesquisas dialogadas conduzidas pelos alunos e orientadas pelo educador, 3) criar espaços na instituição e / ou realizar viagens de campo conjuntas para desenvolver esta pesquisa; 4) incorporar no processo de construção do conhecimento conduzido por alunos e educadores pessoas conhecedoras do problema em estudo, de modo que os enriquecem com seus conhecimentos mais específico (que ora vem do ensino médio e ora de muita experiência de vida, mesmo sem instrução formal), e, por fim, 5) pensar e aplicar, com o destaque dos alunos, o educador, escola e comunidade local e qualquer outro interessado, soluções para o problema estudado (ainda que modestas e parciais) para que se dem passos concretos no horizonte do ecomunitasimo. Na educação não formal, propomos que os educadores: 1) façam com a comunidade o levantamento dos principais problemas socioambientais que a afetam, enquadrando-os em seu contexto capitalista, 2) descubram com a comunidade os conhecimentos necessários para enfrentá-los ( s) desses problemas, assim priorizados, 3) recorrer aos especialistas do caso para colocar a comunidade em pé de igualdade com esse conhecimento, 4) implementar com a comunidade (e com o apoio de outras instâncias comunitárias cooperativas, ou instituições público) soluções com tendência ecomunitarista (mesmo que parciais) para o (s) problema (s) priorizado (s), e, 5) colocar essas soluções em prática e avaliar os resultados alcançados. A vitória alcançada fortalecerá a confiança da comunidade em relação a si mesma e a impulsionará para novas vitórias, numa atitude de cooperação comunidade social com seus pares; o que leva à transformação no sentido ecomunitárista da sociedade em geral (a nível local, regional, nacional e planetário), preparando a mudança qualitativa geral (revolução) que abrirá as portas da transição em grande escala para o ecomunitarismo (indo deixando o capitalismo para trás). Em ambos os casos, o processo de treinamento incorpora uma educação física baseada no esporte não individualista, não competitivo e não econômico. No erotismo, ecomunitarista, à luz das três normas fundamentais da Ética, defende o direito ao prazer consensual livre que não prejudique a saúde dos amantes. E para isso não importa se o caso de amor é hétero ou homossexual, já que essas três normas apresentam as mesmas exigências em um caso ou outro. Da mesma forma, a masturbação é permitida (protegida pela primeira regra de Ética e dentro dos limites da terceira). Mas o machismo e a homofobia são condenados, que ao longo de milhares de anos impuseram e justificaram, respectivamente, o esmagamento de mulheres para homens (mesmo no plano sexual, onde o ato de amor é praticado exclusivamente em benefício do prazer masculino), e discriminação e até perseguição de quem opta pela homossexualidade. Ambos os comportamentos têm causado sofrimento e infelicidade à maioria da Humanidade, visto que as mulheres são um pouco mais numerosas que os homens. Para superar uma e outra tara, a educação ecomunitarista inclui uma educação sexual que, da puberdade à idade adulta (e até a morte), promove o gozo livre do prazer compartilhado, respeitando a saúde de todos e superando o machismo e a violência sexual. homofobia. E note-se que a proposta crítica erótica ecomunitárista atinge também todo casal homossexual quando um de seus membros assume papel de dominância sobre o outro, reproduzindo assim a dominação masculina verificada ao longo dos séculos nos casais heterossexuais.
 
 

Bibliografía mínima: libros 

 

1.        Sirio López Velasco, “Cuestiones de Filosofía de la Educación” (2019), disponible gratuitamente en https://www.editoraphillos.com/sirio-lopez-velasco2 

 

2.       Sirio López Velasco,  “Contribuição à Teoria da Democracia: uma perspectiva ecomunitarista” (2017), disponible gratuitamente en https://www.editorafi.org/196sirio 

 

3.       Sirio López Velasco, “Filosofia da Educação. A relação educador-educando e outras questões na perspectiva da educação ambiental ecomunitarista” (2018), disponible gratuitamente en https://www.editoraphillos.com/siriolopesvelasco  

 

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